04 dezembro 2017



Sonho de Natal
Eu tive um sonho… 
Sonhei
Que andava pelo Universo,
Andava a apanhar estrelas;
Eram belas, eram belas,
Eu estava deslumbrado
Por poder brincar com elas;
São todas minhas, pensei.
Sonhei que estava acordado.

Como era lindo o meu sonho
De brincar com as estrelas!
São tantas… que vou fazer delas?
Já sei:
Levá-las p’ra minha terra,
Onde ficarão, suponho,
Maravilhados ao vê-las.

Eis senão quando uma estrela,
A mais bela,
Fugiu por, disse-me ela,
Vir perder a liberdade;
Talvez dissesse a verdade
Pois, sorrindo para mim,
(Lá vai ela…)
Ao fugir dizia assim:

«Vou fazer o meu Natal
Num mundo maravilhoso,
Onde é sempre nascimento;
Não há guerras, tudo é paz,
O poder não é um mal
Nem existe o odioso, 
Não há dor nem sofrimento
Violência não se faz;
Lá ninguém é invencível
A inveja é desprezível
E injustiças nem vê-las;
Não há grandes nem pequenos,
Brancos, pretos ou morenos
Porque todos são estrelas.»

(Podia ser em Brunhoso
Pensei eu cá para mim).

Não vás, estrela fagueira,
Fica comigo a sonhar,
Não queiras ser altaneira…

Mas a estrela não ficou,
E o meu sonho acabou.
Foi triste o meu acordar.


Francisco Carvalho
(Poema inédito)

2 comentários:

Manuel Veiga disse...

bem interessante.

gostei. deveras!

Odete Ferreira disse...

Um sonho de poema!
Parabéns, Francisco Carvalho.