CÂNTICO
BRANCO
Pela calada da noite, veio Quione de mansinho
Estender alvo manto pelas veredas da serra
E o perfume da giesta, do carvalho e do azevinho.
Crepita em laudatória, cânticos que a lareira encerra.
Lá fora, o torpor dos andrajosos, gélidos desvalidos
À procura de recanto que o vento não fustigue,
Da intempérie que se abate sobre os passos doridos
Incitada por Despina, que cada pegada extingue.
Para outros, oh sublime pintura impressionista
Exuberante arraial de brilho e felicidade
Onde se veste de púrpura branca a vaidade,
Nas Selfies repetidas ao instante e ao achado
Para juntar ao álbum da fama e da posteridade
Onde não consta o gélido andarilho mal tratado.
José Maldonado
(Publicado na página de facebook do autor)
1 comentário:
Que os cânticos tenham o poder de vestir a nudez dos desvalidos e que a palavra nascida Menino se torne igual em todos os lares.
Belo!
Parabéns, José Maldonado.
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