Pensamentos de Natal
Pedem-me que escreva algo sobre esta
quadra, sobre a qual já tanto escrevi, que agora me canso de repetir. Venho de
um tempo sem pai-natal. Lá bem para trás só havia o Menino Jesus e era Ele que
trazia as prendas. E nesse tempo as famílias eram grandes e estavam por perto,
juntando-se na consoada. E lembravam-se os que já tinham partido e os que
andavam pelas áfricas e pelos brasis deste mundo.
Hoje as famílias são mais pequenas,
estão separadas, muitas vezes já desconjuntadas, com muitos jovens pelas europas,
mas ainda assim, crentes, agnósticos e ateus, se juntam em nome de um
sentimento sublime, que une meio mundo, desde esses dois milénios em que
conhecemos o Homem.
Desde os natais da minha infância já
quase tudo mudou, o pinheiro, as laranjas e as estrelas de papel de lustro, as
pinhas e as sombrinhas e barrinhas de chocolates, atadas em cruz com fitinhas
de seda, já lá vão! O presépio já não tem musgo e tudo o resto é prefabricado.
Mas se tudo isto é passado e se
devemos abrir-nos ao progresso, ainda que se perca muito do encantamento e da
arte de fazer tudo isto com amor e com saber, algo se manteve imutável através
destes mais de dois milénios: a figura incomparável e apaixonante de Jesus Cristo, Homem. O único Homem de
toda a História da Humanidade que se continua a celebrar e a estudar e a seguir
desde há 2017 anos. O único Homem que mudou o mundo com a sua palavra e o seu
gesto e o seu exemplo da mais profunda e comovente humanidade.
A sua obra, fundadora dos princípios
morais e sociais que regem a maior parte da Humanidade, congrega as Famílias em
torno desta quadra que celebra o seu nascimento, dando ao Natal o cunho de
Festa da Família.
Feliz Natal para os
académicos Transmontanos, meus conterrâneos.
Jorge Sales Golias
(Texto inédito)
1 comentário:
Estes pensamentos de natal, são, no texto, pertinente e assertivo, o pensamento da essência de natal.
Subscrevo, em toda a linha.
Parabéns, Jorge Sales Golias.
Feliz Natal, também!
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