O Natal da Minha Infância
Ah!, como era bela e natural,
A noite de Natal
Da minha infância.
Mesmo sem acalentar a esperança,
Que o Menino Jesus fosse à
chaminé,
Para deixar brinquedos no meu
sapatinho.
Porque, não havia chaminé,
Nem brinquedos,
Nem, muitas vezes,
Sapatinhos para pôr no pé.
Mas era o meu Natal de Amor,
E imaginário também.
Festejado junto de estábulos,
Como os de Belém,
Onde não faltavam animais,
Mansinhos e leais,
Nem pastores e Reis Magos,
Nas canções da minha mãe,
Que me cantava com afago,
Junto da lareira,
Onde o fogo crepitava,
E eu me sentia bem:
“- Olá, meu Menino/Como Tendes
passado/
Só para Vos ver/Deixei o meu
gado...”
Na presença da luz difusa de uma
candeia,
E a escutar a cadência dos
bailados
Dos farrapos de neve
Que caíam silenciosos nos
telhados,
Como se fossem, tal qual,
Anjos vestidos de branco, como em
Belém,
Embalados pelas canções de Natal,
Cantadas pela minha mãe.
João
de Deus Rodrigues,
In “O
Acordar das Emoções”, Tartaruga Editora.
1 comentário:
Sempre encantadores os poemas de um tempo em que a magia era "bela e natural".
Parabéns, João de Deus Rodrigues.
Enviar um comentário