MARIA e SÃO JOSÉ
Álgida cai a noite. Por Belém
Maria e São José, de rua em rua,
Porque a hora do parto se acentua,
Buscam prestes o sítio que convém.
Embora as diligências, pois ninguém,
Para o efeito, em casa alheia ou sua,
Os ousa recolher... e continua
A procura incessante, aqui e além.
Mas eis que enfim, exaustos de cansaço
E como por milagre, se depara
A porta aberta de um curral de gado.
A tosca manjedoura, único espaço
Livre que lá se encontra, se prepara
Para receber Deus, por Deus mandado.
Cláudio Carneiro,
In "O Despertar da Alma Portuguesa - in
sonetos”, Chiado Editora, 2017
1 comentário:
Belo soneto de um saga (re)contada e sempre renovada.
Parabéns, Cláudio Caneiro.
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