Vai ter lugar no próximo dia 3 de Abril a acção ‘Nos 40 Anos de Algures a Nordeste: Uma Jornada sobre A. M. Pires Cabral’, organizada pelo Departamento de Letras da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e integrada no programa de comemorações dos 40 Anos da UTAD.
No programa da jornada, que decorre no Auditório da Biblioteca Central da UTAD e tem início pelas 09h30, incluem-se comunicações por João Bigotte Chorão (11h00: “Os dois rostos de um escritor”), Ernesto Rodrigues (12h00: “Um artista dos sete ofícios”) e José Carlos Seabra Pereira (14h30: “A condição poética em A. M. Pires Cabral”), bem como uma mesa-redonda (15h30) sobre a poesia de A. M. Pires Cabral, com a participação de Pedro Mexia, Vítor Nogueira e Isabel Alves.
Após a sessão de abertura (09h30), será apresentado em estreia o documentário ‘A. M. Pires Cabral na primeira pessoa’, de Leonel de Brito. Haverá ainda (17h00) uma visita à exposição ‘A. M. Pires Cabral: 40 anos de vida literária’, na Biblioteca Municipal Dr. Júlio Teixeira, seguida de leitura de textos do autor por alunos do Departamento de Letras, Artes e Comunicação da UTAD. A jornada encerra às 18h00 com uma intervenção de Henriqueta Gonçalves.
Notas biobibliográficas de A.M. Pires Cabral
Nascido em Chacim, Macedo de Cavaleiros, em
13 de Agosto de 1941, António Manuel Pires Cabral ruma a Coimbra, por razões
académicas, deixando atrás de si o seu Nordeste transmontano. A ele regressa
munido de uma licenciatura em Filologia Germânica a empurrá-lo para a docência.
Exerceu-a, por um mais prolongado lapso de tempo na Escola Secundária Camilo
Castelo Branco, em Vila Real, tendo encetado, ainda ao activo, funções de
assessor dos serviços municipais de cultura. É, desde a sua criação, em 2006,
director do Grémio Literário Vila-Realense. Como animador cultural tem sido
notável a sua actividade, pela ousadia, criatividade e carácter ambicioso das
acções promovidas na defesa do património cultural transmontano, na divulgação
dos escritores da região, no apoio a todas as iniciativas que visem a
preservação da identidade de um povo que só manda mesmo no ditado popular “para
cá do Marão mandam os que cá estão”.
Faz agora quarenta anos que Pires Cabral
concretiza uma vocação adormecida, à espera do toque de alvorada. Nasce, em
1974, a sua obra de estreia ALGURES A
NORDESTE, a primeira de muitas provas literárias de amor assumido à sua
terra natal.
Apesar de absorvido pelas tarefas de
dinamizador cultural, de que é justo salientar a realização em Vila Real de
sete Jornadas Camilianas que cá trouxeram os maiores camilianistas do país,
associadas, até 2002 à prática lectiva, chegou-lhe o tempo para se dedicar à
sua grande paixão extra familiar – a escrita. A sua bibliografia conta com
cerca de cinquenta títulos que englobam romance, conto, crónica, poesia e
teatro. É, também, autor de antologias temáticas e didácticas e tem colaboração em mais de seis dezenas
de publicações de índole cultural.
Recentemente deu carta de alforria a um
trabalho que lhe fez companhia durante três décadas – FALA CHARRA – Regionalismos de Trás-os-Montes e Alto-Douro, em
dois volumes e num total de 1174 áginas.
O valor da sua obra em que o local se
transforma em universal, tem vindo a ser objecto de teses de mestrado, de elogiosas
recensões e de entrevistas em suplementos literários de jornais como o Público e o Expresso, no Jornal de Letras
e nas revistas LER e Visão, entre outros. Está traduzido em várias
línguas.
A interioridade a que se confinou por opção
não impediu a sua obra de transpor fronteiras geográficas e intelectuais, nem o
seu nome de ser uma referência nas letras portuguesas contemporâneas.
Hercília Agarez
2 comentários:
Texto bem estruturado e rigoroso.Dá gosto ler.
Alcino G.
Carlos Alcaire: tenho 1 livro deste autor:O DIÁBO VEIO AO ENTERRO;adorei
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