31 março 2014

O RIO QUE PERDEU AS MARGENS, por António Cabral


António Cabral frequentou o curso teológico do Seminário de Vila Real e obteve a licenciatura em Filosofia pela Universidade do Porto. Depois de abandonar a vida sacerdotal, ingressou no ensino secundário, sendo professor efectivo da Escola Secundária Camilo Castelo Branco. A partir de 2001 foi professor de Cultura Geral, na Universidade Sénior de Vila Real. Era conhecido pelas suas conferências em centros culturais, escolas do ensino básico, secundário e universitário, tanto em Portugal como no estrangeiro, Galiza e Alemanha sobretudo, falando de temas que lhe eram preferidos, tais como literatura, jogos populares e pedagogia do jogo.
Como animador sociocultural, fundou em 1979 o Centro Cultural Regional de Vila Real, do qual foi Presidente da Direcção até 1991, ano em que passou a ser o Presidente da Assembleia Geral. Foi sobretudo na investigação e organização de festas de jogos populares que a sua acção se tornou mais notória. Através deste Centro promoveu cinco encontros de escritores e jornalistas de Trás-os-Montes e Alto Douro: em Vila Real (1981), Chaves (1983), Bragança, Mirandela e Miranda do Douro (1984), Lamego, Régua e Alijó (1985) e Vila Real (1997). Foi perito do Conselho da Europa no II Estágio Alternativo Europeu sobre Desportos Tradicionais e Jogos Populares, realizado em Lamego, em 1982. Foi ainda o principal responsável pela organização dos Jogos Populares Transmontanos e Jogos Populares Galaico-Transmontanos, com início respectivamente em 1977 e 1983. No Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis, que antecedeu o Instituto da Juventude, desempenhou os cargos de Delegado do Distrito de Vila Real e Coordenador da Zona Norte, entre 1974 e 1976. Foi Presidente da Direcção e mais tarde Presidente da Assembleia Geral, da Associação Nacional de Animadores Socioculturais, fundada em 1995. Desde Março de 1996 até final de Janeiro de 2004, foi Delegado do INATEL no Distrito de Vila Real, o que lhe permitiu privilegiar a cultura popular.
No domínio das letras e das artes fundou em Vila Real, em 1962, a revista Setentrião, a revista Tellus de que foi o primeiro director em 1978, e o mensário Nordeste Cultural, em 1980. Era membro do Conselho de Redacção da revista galaico-portuguesa O Ensino. Foi agraciado com as medalhas de prata de mérito municipal de Alijó (1985) e de Vila Real (1990). Foi seleccionado para Maletas Literárias de duzentos livros portugueses, no programa Territórios Ibéricos em 2004-2005. Teve uma colaboração dispersa por revistas e jornais portugueses e estrangeiros, salientando-se a colaboração semanal entre Novembro de 1993 e Janeiro de 1995 no jornal Público, com textos sobre tradições populares. Colaborou ainda com o Semanário Transmontano, com o jornal Entre Letras, de Tomar, e com os periódicos Notícias do Douro e Notícias de Vila Real. Teve participação em programas de rádio e de televisão, colectâneas escolares, obras colectivas e antologias de poesia, tais como Poesia Portuguesa do Pós-Guerra, Poesia 71, Oitocentos Anos de Poesia Portuguesa, Hiroxima, Vietname, Poemabril, Ilha dos Amores, O Trabalho, Poetas Escolhem Poetas. Alguns poemas de António Cabral foram cantados por Manuel Freire, Adriano Correia de Oliveira e Francisco Fanhais. Prefaciou e/ou fez a apresentação de diversos livros, entre eles, Cantar de Novo, de José Afonso e Ser Torga, de Fernão Magalhães Gonçalves e também de obras de escritores transmontanos com projecção nacional como Bento da Cruz e António Manuel Pires Cabral.
BIBLIOGRAFIA:


1951 - Sonhos do meu Anjo
1956 - O Mar e as Águias
1958 - Falo-vos da Montanha
1960 - A Flor e as Palavras (1º Prémio de Manuscritos do SNI)
1963 - Poemas Durienses
1967 - Os Homens Cantam a Nordeste
1971 - Quando o Silêncio Reverdece
1976 - A Hierarquia dos Na(ba)bos
1977 - Emigração Clandestina
1979 - Aqui, Douro
1983 - Entre o Azul e a Circunstância
1993 - Novos Poemas Durienses
1996 - Festa de Natal e Reis: poesia, música, teatro
1997 - Bodas Selvagens
1999 - Antologia dos Poemas Durienses
2000 - O Peso da Luz nas Coisas
2003 - Ouve-se um Rumor e Entre Quem É
2003 - Contos de Natal para Crianças
2007 - O Rio Que Perdeu as Margens
2007 - A Tentação de Santo Antão (obra publicada postumamente)
Ficção[editar | editar código-fonte]
1983 - Festa em Setembro; Jogos Populares em Sabrosa; Pedro e Isabel
1990 - Memória Delta
1995 - A Noiva de Caná
2005 - O Prometeu Agrilhoado Hoje
Teatro[editar | editar código-fonte]
1975 - O Herói (2º prémio da Academia Teresopolitana de Letras, Teresópolis, Brasil, em 1964)
1977 - A Linha e o Nó
1977 - 7 Peças em um Acto
1994 - Semires
2005 - A Fraga das Dunas
2008 - A Moura Encantada
Etnografia[editar | editar código-fonte]
1980 - Jogos Populares Transmontanos
1983 - 14 Jogos Populares
1985 - Cancioneiro Popular Duriense
1986 - Jogos Populares Portugueses
1988 - Os Jogos Populares: Onze Anos de História: 1977-1988
1990 - Teatro Popular: a Criação do Mundo ou o Ramo
1991 - Jogos Populares Infantis
1993 - Adeus, Adeus, ó Castedo: Apontamento Monográfico sobre Castedo do Douro
1998 - Jogos Populares Portugueses de Jovens e Adultos
1991 - Jogos Populares e Provérbios da Vinha e do Vinho
2001 - A Cantiga e o Romance Popular no Alto Douro
Ludoteoria[editar | editar código-fonte]
1981 - Os Jogos Populares e o Ensino
1984 - A Perspetiva Cultural dos Jogos Populares
1990 - Teoria do Jogo
1992 - A Imitação e a Competição no Jogo Infantil
1994 - O Modelo Lúdico do Ensino-Aprendizagem
1999 - Tradições Populares – I
1999 - Tradições Populares – II
2001 - O Jogo no Ensino
2002 - O Mundo Fascinante do Jogo
1965 - História da Literatura Portuguesa
1971 - Morfologia Literária

1977 - Miguel Torga, o Orfeu Rebelde

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