Maria Isabel Viçoso acaba de publicar um belo e excelente livro sobre a história
e as memórias da Cidade de Chaves
Depois de uma excelente carreira
como professora do Liceu Nacional de Chaves, a nossa estimada conterrânea,
natural da aldeia de Gralhós, Montalegre, dedicou-se por inteiro à Grupo
Cultural “Aquae Flaviae”, coordenando em particular a publicação de perto de
meia centena de números da revista com o mesmo nome, sempre plena de interesse,
onde se divulgaram inúmeros aspetos ligados à região, subscritos por destacadas
figuras, nas diferentes áreas do conhecimento ali referenciadas.
A apresentação desta obra ficou a
cargo de António Cruz Serra, Reitor da
Universidade de Lisboa, seu antigo aluno, natural de Chaves, que se mostrou
conhecedor dos traços históricos e culturais da urbe e guardião de boas memórias da sua professora
dos verdes anos. Foi delicioso seguir esse passeio de recordações pela cidade,
ou melhor, pelas cidades, visto existirem, como disse, duas urbes sobrepostas,
uma romana e outra sobre ela edificada desde então até aos tempos atuais; basta
levantar uma pedra, onde quer que seja, para logo se revelarem vestígios dos
tempos áureos da presença romana. O acontecimento mais recente deu-se há poucos
anos quando ao se iniciarem as obras para a construção de um parque
subterrâneo, frente ao Palácio da Justiça, logo se revelaram ali as ruínas de
um antigo balneário termal, soterrado por aluimento de terras no século IV (depois
de Cristo).
Este volumoso livro de 520 páginas
com grande número de ilustrações a cores, constitui o referencial mais completo
que conheço sobre o património histórico e cultural da cidade e arredores, uma
obra de consulta indispensável para quem se interessa por estes temas e uma
leitura obrigatória para todos os professores aqui colocados ao longo dos anos,
que necessitam de uma cabal identificação com o território onde desenvolvem a
sua importante missão de ensinar, de orientar e ajudar a crescer as gerações
mais novas.
Não é de ânimo leve que alguém
lança mão de um projeto desta envergadura; só quem consagra uma vida em
obediência à concretização de causas pode estar à altura de um desafio desta
importância. O mérito é exclusivamente seu e dos familiares e amigos próximos
que acompanharam o processo, mas não podemos esconder o regozijo por vermos
mais uma personalidade barrosã a distinguir-se pela importância e seriedade dos
cometimentos que abraçou e pela ponderação e constância com que os realizou.
António Chaves
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