03 agosto 2015

CHAVES - PERCURSOS DE HISTÓRICAS MEMÓRIAS de Maria Isabel Viçoso

Maria Isabel Viçoso acaba de publicar um belo e excelente livro sobre a história e as memórias da Cidade de Chaves
Depois de uma excelente carreira como professora do Liceu Nacional de Chaves, a nossa estimada conterrânea, natural da aldeia de Gralhós, Montalegre, dedicou-se por inteiro à Grupo Cultural “Aquae Flaviae”, coordenando em particular a publicação de perto de meia centena de números da revista com o mesmo nome, sempre plena de interesse, onde se divulgaram inúmeros aspetos ligados à região, subscritos por destacadas figuras, nas diferentes áreas do conhecimento ali referenciadas.
A apresentação desta obra ficou a cargo de António Cruz Serra,      Reitor da Universidade de Lisboa, seu antigo aluno, natural de Chaves, que se mostrou conhecedor dos traços históricos e culturais da urbe e  guardião de boas memórias da sua professora dos verdes anos. Foi delicioso seguir esse passeio de recordações pela cidade, ou melhor, pelas cidades, visto existirem, como disse, duas urbes sobrepostas, uma romana e outra sobre ela edificada desde então até aos tempos atuais; basta levantar uma pedra, onde quer que seja, para logo se revelarem vestígios dos tempos áureos da presença romana. O acontecimento mais recente deu-se há poucos anos quando ao se iniciarem as obras para a construção de um parque subterrâneo, frente ao Palácio da Justiça, logo se revelaram ali as ruínas de um antigo balneário termal, soterrado por aluimento de terras no século IV (depois de Cristo).
Este volumoso livro de 520 páginas com grande número de ilustrações a cores, constitui o referencial mais completo que conheço sobre o património histórico e cultural da cidade e arredores, uma obra de consulta indispensável para quem se interessa por estes temas e uma leitura obrigatória para todos os professores aqui colocados ao longo dos anos, que necessitam de uma cabal identificação com o território onde desenvolvem a sua importante missão de ensinar, de orientar e ajudar a crescer as gerações mais novas.
Não é de ânimo leve que alguém lança mão de um projeto desta envergadura; só quem consagra uma vida em obediência à concretização de causas pode estar à altura de um desafio desta importância. O mérito é exclusivamente seu e dos familiares e amigos próximos que acompanharam o processo, mas não podemos esconder o regozijo por vermos mais uma personalidade barrosã a distinguir-se pela importância e seriedade dos cometimentos que abraçou e pela ponderação e constância com que os realizou.
António Chaves

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