A SENHORA DA
SERRA
Desamparada, assim, Menino ao colo,
Martirizada, triste, em desalento,
Na ermidinha da serra, exposta ao vento,
Habita a Virgem Mãe, resvés ao solo.
Constrange-me este quadro, o desconsolo
Desta humilde Mulher. Sem um lamento,
Descalça e mal vestida, em sofrimento,
Não fora no Menino achar consolo.
A aparição do anjo, o seu recado,
A concepção de Cristo, O Incriado,
Que é Pai e Filho, é Deus e é Jesus.
Não discerne, talvez, que afaga ao peito
Quem, no devir dos anos, Homem feito,
Será crucificado numa Cruz.
Com amizade, o chacinense
Cláudio Carneiro.
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