Notas biográficas
A vida de Amadeu Ferreira (este nome lhe
coube em 1950, em Sendim) é como uma montanha de difícil e penosa escalada a
oferecer sempre mais obstáculos e perigos a quem tem a veleidade de lhe atingir
o cume. Só os fortes resistem, só os obstinados não desistem. Páram para tomar
fôlego. Cada etapa da aventura tem a sua duração, os seus escolhos. Foi longa a
caminhada ascendente de Amadeu. Mas ele tem a força física e anímica dos rijos
transmontanos, desses “homens de granito” que se negam a torcer. Que, quando no
longe põem a boina basca, ao modo de Bento da Cruz, acariciam a cabeça com um
cibo de aconchego transmontano.
Para trás e para longe ficou o seminário, a
construção civil, a tropa em Mafra, o emprego em adega corporativa, os estudos
de Filosofia e de Letras, primeiro no Porto, depois em Lisboa. Aí acabou por
fixar-se. Envolveu-se activamente na política e foi, de raspão, deputado pela
UDP. Licenciou-se em Direito e trabalhou em publicidade. Publicou livros. Fez o
mestrado, agora o doutoramento. É presidente da Associação de Língua Mirandesa
na qual tem escrito poesia, conto, histórias infantis, romance. Traduziu
escritores latinos, os Lusíadas, os quatro evangelhos. É professor auxiliar
convidado na Faculdade de Direito de Lisboa e vice-presidente da Comissão do
Mercado de Valores Imobiliários. Vice-presidente é também da Academia de Letras
de Trás-os-Montes. Chegou como partiu – simples, despretensioso, afável, bom
conversador. Amadeu e Francisco, duas
faces da mesma moeda. O homem e o artista.
Escreveu um autor latino que “os
poetas e os reis não nascem todos os dias”. Porque, segundo Francisco José
Viegas “A poesia não tem a ver com a literatura. Releva do domínio do sagrado
indizível”. Porque, como diz Torga, “Os poetas são como os faróis: dão
chicotadas de luz na escuridão”.
São incontáveis as abordagens do complexo
fenómeno da criação poética pelo que ela encerra de misterioso, de oculto, de
enigmático, de profético, de revolucionário, de metafísico, de iniciático, de
ambíguo, de plurissignificativo, de imprevisível – “um poeta nunca sabe quando
um verso lhe é dado”, disse o Orfeu Rebelde. Pela magia das sugestões
imagéticas e eufónicas, pela harmonia e o ritmo e a prosódia, pelo tratamento
dado às palavras que são, para Eugénio de Andrade como para qualquer poeta,
“como o cristal”. Pela singularidade de uma manifestação artística nascida de
corações sensíveis, aparentemente frágil mas que atravessa, altaneira, tempos e
espaços a caminho de uma eternidade que é para os homens escondidos atrás dos
poetas compensação para a efemeridade das suas vidas.
Na introdução da colectânea A Rosa do Mundo – 2001 poemas para o futuro,
Hermínio Monteiro, transmontano precocemente desaparecido, escreve: “ Há muitos
e muitos milhares de anos, a poesia aproximou-se do homem e tão próximos
ficaram, que ela se instalou no seu coração. E começaram a ver o mundo
conjuntamente estabelecendo uma inseparável relação que perdurará para sempre.
(…) Com um pequeno gesto, os poetas soltam o seu pólen que, levado pelas
palavras vai eternamente fecundando os arcos da beleza que erguem o universo e
o põem em comunicação com Deus”.
O grande poeta Eugénio de Andrade introduz
a ANTOLOGIA BREVE com uma espécie de
aviso, de esclarecimento. Parece recear que os seus eventuais leitores não
valorizem devidamente a sua arte e, por isso, esclarece, pondo a tónica naquilo
que opõe o cidadão comum ao poeta, naquilo que singulariza este, guindando-o a
alturas para outros inalcançáveis:
O
acto poético é o empenho total do ser para a sua revelação. Este fogo de
conhecimento que é também fogo de amor, em que o poeta se exalta e consome, é a
sua moral. E não há outra. Nesse mergulho do homem nas suas águas mais
silenciadas, o que vem à tona é tanto uma singularidade como uma pluralidade.
Mas, curiosamente, o espírito humano atenta mais facilmente nas diferenças do
que nas semelhanças, esquecendo-se, e é Goëthe quem o lembra, que o particular
e o universal coincidem, e assim a palavra do poeta, tão fiel ao homem, acaba
por ser palavra de escândalo no seio do próprio homem. Na verdade, ele nega
onde outros afirmam, desoculta o que outros escondem, ousa amar o que os outros
nem sequer são capazes de imaginar.
Muitos são os registos poéticos em que o
autor fala da sua concepção de poesia, da importância de que esta se reveste na
sua caminhada. Para Pires Cabral, em “O Navio dos Loucos”, in Douro: Pizzicato e Chula afirma: A bordo duma nave, alguns poetas detentores, como todos os da espécie, do seu
pequeno gene de loucura e em “Poetas e Deuses” (título expressivo) in Cobra-d’ Água faz um convite:
Vede: um poeta em exercício.
Dir-se-ia
que algum deus equilibrista
Trepou
por ele acima e se empoleirou nele.
Ei-lo:
exposto como um Cristo a que caísse
O
pano do pudor.
Abrasado
em chamas que se presumem sagradas,
E
que não ardem somente, mas também alumiam
O
próprio poeta e os seus arredores [...]
Florbela Espanca considera o poeta “maior
do que os homens”, metaforizando-o: [ser poeta] é ter garras e asas de condor”
Francisco Niebro apresenta-nos a poesia
como algo vital, quase como uma necessidade biológica, como “um nada que vale
tudo”:
São nadas os poemas
a
que me agarro em todas as coisas:
sem
eles, onde meteria
o
fogo que me queima?
sem
eles, onde enterraria
a
morte que me mata?
sem
eles, como aprenderia
o
ofício de viver a cada dia?
quando
descobri que não sou mais que nada,
descobri
também que só nadas me podiam valer;
depois
disto, dizer que poemas são
literatura,
é um puro engano.
Vamos, então, ao que aqui nos trouxe: a
apresentação de um livro de poesia de Francisco Niebro que muitos vila-realenses
conhecem pelo nome de Amadeu Ferreira, aquele homem que encheu, há tempos, uma
sala do Museu da Vila Velha e a alma de quantos o escutaram a falar da menina
dos seus olhos – a língua mirandesa: uma
língua que quase ninguém fala e muito poucos/sabem que existe, nem por isso
deixa de ser um pilar/ do mundo, pequeno, é verdade,/ mas são sempre pequenas
as fendas/ por onde começam as grandes ruínas..
Interpreto a minha presença aqui, investida
desta responsabilidade, como um erro de casting, como está na moda dizer. Pelo
que atrás ficou exposto, ou seja, pela singularidade e transcendência da
criação poética, considero que só um poeta está à altura de falar doutro poeta.
Porque falam a mesma língua. Porque têm a mesma percepção dos meandros do fenómeno
poético, das suas exigências, do trabalho de oficina que exige. Porque
comungam, tratando-se, como é o caso, de poesia lírica, das mesmas angústias e
insatisfações, dos mesmos apelos, das mesmas convocações.
O tempo de que dispus para apresentar este
livro teria sido suficiente se cada poema se contentasse só com uma leitura.
Para mim, o que distingue versos de poesia é que o sentido dos primeiros é
unívoco, linear, entendível, e não nos deixa margem para reflexão, para recolhimento,
para busca de subentendidos. Versos não têm entrelinhas.
Esta
colectânea é rica desde o título. Contornando o desconforto de nomeá-la também
em duas línguas, o autor recorreu ao comum latim, aqui com sonoridades doces,
cantantes.
É sob o signo da morte, seguido do da
velhice, sua normal antecessora, que o livro começa, em abordagem de temática
que, na nossa literatura, nos acompanha desde a lírica trovadoresca: “Nen ey
barqueiro nem sey remar / e morrerei fremosa no alto mar!”
Num primeiro recurso à mitologia
pagã, Niebro, um clássico moderno, invoca Orfeu e a melodia da morte que sai da
sua lira para, em jeito de consolação para os mortais, lembrar que “Os próprios
deuses estão já feridos de morte”. E a si próprio se conforta, mais adiante: “estão
vivos os meus mortos, […] sem eles onde é que o futuro havia de /deitar
raízes?”
Quanto à velhice, aquela ameaça negra que
em vão se escorraça, assume em É TRISTE SER VELHO 1 (p. 18) um duplo sentido.
Se, por um lado, “tudo fazemos para esconder a morte / e mais ainda para negar
a velhice”, esta tem, sobre as outras fases da vida, uma particularidade: “-
bem vês, a velhice é a única idade / de que nunca vamos ter lembranças ou
saudades.”
A encerrar o poema que se segue (p. 20), um conjunto de três versos
funciona como chave de ouro a abrir um conselho ditado pela experiência e pelo
bom senso:
Se o vento te empurrar para o beco
Da
velhice, não tenhas medo:
Basta que
te respeites até ao fim.
Na impossibilidade de referir todos os
poemas (alguns com características de prosa poética pelo seu pendor narrativo),
começarei por enunciar as principais recorrências temáticas de que me apercebi
(para além das atrás referidas – morte-velhice - e que integram o autor no rol
dos escritores transmontanos ciosos preservadores da sua transmontaneidade. Pelo
seu telurismo, pela forte ligação que mantém com as raízes rurais, pelo
fascínio que nele exercem as paisagens física e humana da sua região natal,
donde ressalta o belo planalto mirandês. Dividido, por razões profissionais,
entre as berças e a capital, é notória a sua necessidade de regressar à
simplicidade da “pax ruris”. Ao chegar à aldeia encontra ruas desertas, casas
abandonadas – “as casas encostam-se de arrimo entre si” -, de janelas fechadas
e com teias de aranha, seco o olmo do quintal, “campos sem cultivo”, ausência
de cotovias. Ausência de vida, de movimento, de trabalho. Presença inalterada,
nítida, de marcas da infância: “é aqui o sítio da memória, a que também
chamamos casa […]/ é a memória essa casa a que sempre voltamos”; “o que sou
hoje é como o sol a romper pela sombra/ do casebre”.
Além da dicotomia cidade-campo,
encontra-se, também, a de passado- presente a acarretar consigo,
inevitavelmente, a saudade de uma infância, por mais dura que tenha sido. Francisco
é, ele o diz algures, um homem que não chegou a ser menino, remetendo-nos,
assim, para os garotos dos telhais, protagonistas de Esteiros de Soeiro Pereira Gomes.
Apesar disso, é com ternura poética que
evoca tempos longínquos. É a idade mágica de todas as descobertas, de todos os
sonhos:
quando eu era criança ficava horas a ver as
andorinhas
a trazer
barro para fazer o ninho e a moldá-lo com o
peito;
depois os
filhotes de boca aberta à espera de
comida,
e elas num
voo sem destino a alongar a tarde. […]
O regresso à infância surge mais adiante
numa belíssima desmontagem do poema “Aniversário” de Álvaro de Campos.
Confessando que, para compreender este heterónimo de Fernando Pessoa, tem de o
ler ao contrário, o poeta apresenta-nos o resultado de um desses exercícios que
consiste em negativar a positividade, donde resultam antíteses como alegria/
tristeza, riqueza/ pobreza, vivos/ mortos, luxo/ simplicidade, conforto/
desconforto. Vejamos:
Álvaro de Campos:
No tempo em que festejavam o dia dos meus
anos,
Eu era
feliz e ninguém estava morto.
Na casa
antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a
alegria de todos, e a minha, estava certa como uma religião
Qualquer.
[…]
Francisco Niebro
No tempo em que ninguém festejava o dia
dos meus
anos,
Eu não
sabia o que era ser feliz, nem se alguém
estava
morto.
Na velha e
pobre casinha, ninguém se lembrava
de fazer
anos,
E andavam
tristes, às voltas com uma vida de infinita
dureza.[…]
Seguindo a ordem dos textos, passarei a
comentar alguns dos que me mereceram maior atenção nomeadamente pelas
intertextualidades que sugerem. A página 34 leva-nos em viagem à capital onde o
nosso poeta veste a pele do Cesário Verde de “O Sentimento dum Ocidental” de
quem Alberto Caeiro tem pena por achar que “ele era um camponês/ Que andava
preso em liberdade pela cidade”. Torga, fora de S. Martinho, sentia-se “uma
montanha comprimida”.
Escreve Francisco Niebro:
[…] do outro lado, numa vitrina,
uma
televisão fala de impostos
e de
crise: dá-me esta Lisboa
um absurdo
desejo de sofrer:[…]
Dois poemas, apenas, constituem A MORTE DA
HORTA. De novo o homem do campo, familiarizado com os respectivos trabalhos
feitos ao sabor das estações nem sempre cumpridoras dos seus horários.
Sementeiras, enxertias, plantação de árvores. Em tudo o camponês põe a sua
sabedoria ancestral, o seu rigor e, até, o seu carinho:
[...] o coto do sacho a abrir
A cabeça
dos torrões,
A alisar a
terra como quem faz um ninho […]
A comparação do último verso conduz-nos,
por analogia semântica, a “Bucólica” de Torga: Meu pai a erguer uma videira/ como uma mãe que faz a trança à filha.
Estamos perante a Terra Mater em cujo
ventre crescem as sementes. O lavrador que a fecundou aguarda uma primavera que
há-de parir “como quem espera a donzela / após o dia da descoberta da paixão.
Terra Mãe, mas também Terra Filha: “talvez só tu no mundo / transportes a horta
ao colo”.
Campo. Trabalho. Terra. Horta. Searas.
Ninhos. Poço. Roupa de burel. Carros de lenha. Alfaias agrícolas. Castanhas.
Bestiário: cigarras e formigas, melro, cotovias, gafanhotos, andorinhas, cavalos,
coruja, mosquitos.
Uma realidade social está, embora
veladamente, associada a esta: aldeias quase desertas, velhos teimosos medindo
forças com a terra e com os anos, abandono, solidão. Partiram os novos.
Voltarão eles?
[…]
- pode ser
que os filhos ainda venham pelas batatas
tu
acreditas, ó mulher?
-vamos mas
é andando para casa,
enquanto a
velhice não desperta
e as
pernas não vacilam.
Em DOIS GRITOS COM ECOS DE TEMPO deparamos
com o transmontano cioso da sua identidade e revoltado, à moda de Torga e de
Garrett, contra o abandono a que estão votados monumentos arquitectónicos.
Primeiro temos, “na sua altivez de pedra”, o castelo de Outeiro de que restam
“picos de penhascos que o tempo afiou”, a seguir o castelo de Algoso que “ao
longe parece uma chaminé / por onde fumega a lareira do tempo”. “Do alto e de
dentro avista-se / um ermo mundo, calado, só, abandonado / ao matagal.”
E voltamos ao campo dos enxertos e das
plantações com PEQUENO TRATADO DA ARTE DA ENXERTIA. Sete poemas desafiam-me a
escolher um deles. Elejo o terceiro. Pela concisão, pela sobriedade, por poder
ele ilustrar um outro de LÍNGUA.
hei-de plantar uma oliveira no quintal
pedir ao
mundo que não lhe faça mal:
mil anos
depois, talvez mais,
ainda os
meus olhos se debruçarão à janela das suas
rugas
e em cada
outono hão-de passar por negras azeitonas;
com
as oliveiras aprendo a zombar do tempo,
mas
a lição é muito difícil de aprender.
Se repararmos, o poema vive sobretudo do
nome (substantivo) e do verbo porque Niebro desdenha dos qualificativos, como
declara, com um sentido de humor que também cabe nos seus versos, no seguinte
texto que vai ser lido pela Paula Fortuna. (p.148)
é difícil resistir à tirania erótica dos
adjectivos,
arrepio de
prazer quando rebentam em som,
orgasmos
sem conta pela garganta acima:
- certos
adjectivos só deveriam ser usados com
preservativo,
e depois
de longos preliminares;
- há
adjectivos em que o uso é uma declaração
de guerra,
material
de terrorista:
aí, a paz
tem o nome de silêncio;
são piores
que a grama,
é quase
impossível acabar com eles,
pois é
mais difícil resistir-lhe
que às
mais fortes flechas de Cupido.
Não querendo alongar-me, cabe-me referir a
parte final do livro composta por haicais, espécie de teste (nada fácil) à
competência poética do autor. Porque, aparentemente simples, esta forma de
poesia, de remota origem japonesa e vulgarizada entre nós na transição do
século dezanove para o seguinte por Venceslau de Morais e por Camilo Pessanha,
constituída por um total de 17 sílabas (5 nos 1º e 3º versos, 7 no terceiro)
exige uma capacidade de condensar em tão pouco espaço a expressão de percepções
sensoriais de temática em geral ligada à natureza. É a poesia mais depurada que
existe. Cultivá-la é fazer como diz Carlos Drummond de Andrade: “Escrever é
cortar palavras”. Apreciadora de Bashô Matsuo, poeta japonês do século XVII,
talvez o mais conhecido cultor deste tipo de poesia, Isabel Alves vai-nos ler
algumas destas desconcertantes simplicidades a que Niebro chama “pedrinhas”.
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Caracterizar esteticamente a poesia de
Francisco Niebro é começar por pôr em destaque a sua originalidade, a
especificidade dos seus poemas. Neles sentimos o extravasar sem peias de
emoções, sentimentos, reflexões, frustrações, sonhos, constatações. O
pensamento flui como rio sem diques, espraia-se ao correr das teclas do
computador, indiferente a ditames estéticos. Se saem versos, sai poesia, se sai
prosa, também. Muitos dos textos têm um carácter narrativo e fazem com que o
leitor se sinta, antes, ouvinte. Outros tem implícito um destinatário, um tu
que pode assumir diferentes identidades. Outros, ainda, são centrados no
próprio eu, reflexivos e introspectivos, reveladores de uma mundividência rica
e plural.
António Fortuna vai ler um soneto vestido à
moderna, de ressonâncias regianas (p. 110)
para que havia de querer um mapa?
sei bem de
onde venho, onde estou,
que quero
sei, mas não por onde vou,
calmo no
que faço; destino? Foje-
-me; ao
fim do dia nunca presto atenção
aos
ardores que me sobraram de um sonho
que tive
noutro tempo, era ainda moço,
agora
queimado, seco, quem diria
se era
tudo tão solto como um voo,
pesado
como haver vontade de pão,
Ícaro
erguido em força, como um deus;
pousei em
jeito de abutre e, prisioneiro,
só, comigo
sonhos vêem, sonhos vão,
enquanto
calor procuro dentro dos frios.
Caro Amadeu. Tempo de Fogo rendeu-me à sua prosa. Este livro rende-me à sua poesia
porque não é mais um qualquer, é um diferente, inovador, nascido do talento e
não de um tratado de versificação. Como escreveu Eça de Queiroz em Prosas Bárbaras, os poetas “podem
contemplar as estrelas, enquanto os bichos sociais se devoram na sombra.”
Maria
Hercília Agarez, Vila Real, 10 de Novembro de 2012
Nota: este texto não obedece ao
novo acordo ortográfico.
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