18 dezembro 2017



CÂNTICO BRANCO

Pela calada da noite, veio Quione de mansinho
Estender alvo manto pelas veredas da serra 
E o perfume da giesta, do carvalho e do azevinho.
Crepita em laudatória, cânticos que a lareira encerra.

Lá fora, o torpor dos andrajosos, gélidos desvalidos
À procura de recanto que o vento não fustigue,
Da intempérie que se abate sobre os passos doridos
Incitada por Despina, que cada pegada extingue.

Para outros, oh sublime pintura impressionista
Exuberante arraial de brilho e felicidade
Onde se veste de púrpura branca a vaidade,

Nas Selfies repetidas ao instante e ao achado
Para juntar ao álbum da fama e da posteridade
Onde não consta o gélido andarilho mal tratado.


José Maldonado
(Publicado na página de facebook do autor)
                                                                                  https://www.youtube.com/watch?v=2vjzyWE8N7w

1 comentário:

Odete Ferreira disse...

Que os cânticos tenham o poder de vestir a nudez dos desvalidos e que a palavra nascida Menino se torne igual em todos os lares.

Belo!

Parabéns, José Maldonado.