27 novembro 2014

40 anos de vida literária de Ernesto Rodrigues - Depoimentos (José Mário Leite)


José Mário Leite from Leonel Brito on Vimeo.
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Ernesto Rodrigues - 40 Anos de Vida Literária - Cartaz

Ernesto Rodrigues  - 40 Anos de Vida Literária - Programa

MENSAGEM DA DIREÇÃO


40 anos de vida literária de Ernesto Rodrigues - Depoimentos:

(António Baptista Lopes)

(José Manuel Mendes)

(José Augusto França)

(Desidério Rodrigues)

(Amadeu Ferreira)

(Frei Henrique Perdigão)

(Hirondino Fernandes)

(José Mário Leite)

(Alcides Rodrigues)

(Teresa Martins Marques)

(José Manuel Neto Jacob)

(Carlos Pires)

(Jorge Nunes)


40 anos de vida literária de Ernesto Rodrigues - Depoimentos (Jorge Nunes)


Jorge Nunes from Leonel Brito on Vimeo.
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Ernesto Rodrigues - 40 Anos de Vida Literária - Cartaz

Ernesto Rodrigues  - 40 Anos de Vida Literária - Programa

MENSAGEM DA DIREÇÃO


40 anos de vida literária de Ernesto Rodrigues - Depoimentos:

(António Baptista Lopes)

(José Manuel Mendes)

(José Augusto França)

(Desidério Rodrigues)

(Amadeu Ferreira)

(Frei Henrique Perdigão)

(Hirondino Fernandes)

(José Mário Leite)

(Alcides Rodrigues)

(Teresa Martins Marques)

(José Manuel Neto Jacob)

(Carlos Pires)

(Jorge Nunes)



17 novembro 2014

NORTEANDO DE AMADEU FERREIRA E LUÍS BORGES, por Hercília Agarez


NORTEANDO
DE AMADEU FERREIRA E LUÍS BORGES
    O título não diz tudo, mas sugere uma jornada lenta, sem percurso previamente definido, alheia à ditadura dos ponteiros do relógio, com tempo para pausas impostas pelos flagrantes do fotógrafo. Sim, não são meros disparos da objectiva atirados ao acaso, são instantâneos irrepetíveis e irreversíveis. É uma incursão por um território de que somos ciosos, é uma caminhada a reclamar calçado e roupa confortáveis, que nos permitem galgar montes, enlamear os pés, sentarmo-nos numa pedra tosca a ver desfilar rebanhos e manadas. É todo um apelo da natureza para que dela saibamos saborear todos os encantos, percorrer todos os recantos, sem espantar (no duplo sentido do termo) aves de voo desprevenido, borboletas quais cisnes no último canto, sem fugir de um olhar ameaçador de lobo ou raposa.
    Acompanhar Luís Borges nas suas errâncias é, também, encher a vista de uma policromia de que só a natureza é capaz, maravilhar-se com as flores, sua grande dádiva. Mas não é a cor o que de mais atraente e expressivo têm as imagens. Somos, talvez pelo contrário, presos à magia do preto e branco com que o fotógrafo que nasceu poeta da vista, foi sábia e sensivelmente captar a riqueza humana de uma região economicamente atrasada, mas que teima em preservar os socos, os chapéus toscos, o pau que lhes arrima os cansaços da velhice, os aventais, o negro eterno das viuvezes femininas, o seu lenço posto como só elas sabem.
    Olhamos para os ouriços ou para os medronhos como o cão de Pavlov, sentimos o algodão em rama da neve a beijar-nos os pés, orgulhamo-nos que não tenham destruído as antas longinquamente ancestrais, compadecemo-nos com o destino do porco de patas a pedir clemência póstuma, mas invejamos a ciência do tempero das alheiras a que o lume servirá de complemento directo. Cada imagem é uma lição de vida, um hino à Terra Mater, uma dúvida, a de nos questionarmos se merecemos tanto.
    Dizer mais sobre os poemas iconográficos de L. Borges é um atrevimento de que me penitencio, face à mestria com que de cada um fala o nosso Amadeu. Repito o possessivo. Nosso. Pela sua sabedoria recatada, pela sua postura “de camponês que anda preso em liberdade pela cidade”, como disse Alberto Caeiro de Cesário Verde), pelo seu sorriso que é um paradigma da franqueza transmontana, pela capacidade natural e espontânea de, cada dia que passa, acrescentar um novo amigo à sua longa lista. Pela sua força anímica, pelo exemplo de tenacidade e pelo ar meio envergonhado com que recebe as homenagens que lhe são devidas. 
    Os poemas de um, resultantes de uma objectiva que tem o condão de estar nos sítios certos nos momentos certos, são enriquecidos com os outros. Sim, Amadeu é tão poeta na prosa como nos versos. A sua escrita dá-nos a sensação de jorrar com tanta rapidez e limpidez como quando se abre uma torneira. Parece haver nela muito pouca oficina. Nasceu para a poesia. Tal deve constar do seu mapa astrológico. Nós, os privilegiados que o conhecem, sabemos merecê-la, acarinhá-la, divulgá-la. É nossa, também. Mas, fazendo jus à atávica solidariedade deste povo, queremos partilhá-la com quem saiba distinguir joías verdadeiras de pechisbeque.
    Ao olhar as fotografias candidatas a um “casamento” por amor com os seus textos, Amadeu Ferreira ou Francisco Niebro viu nelas pormenores que o observador comum não captou. De imagens estáticas ele faz reflexões dinâmicas. Onde nós vemos cabras empoleiradas em rochedos estéreis, ele interpreta aquelas escaladas: “não precisam apenas de erva para comer as cabras, sobretudo de horizonte se alimentam”.
    Cada imagem é um desafio, um convite a tratá-la de acordo com um certo registo: conta pequenas histórias, invoca a infância, opta pela fábula ou pela curta narrativa infantil, dá aos seus pensamentos a estrutura tradicional de poemas, rememora tempos idos de mais arreigada autenticidade, de penosos trabalhos na terra, lamenta o abandono dos campos. Mas regozija-se com a manutenção de práticas agrícolas de um tempo ontem, como a apanha da azeitona, as malhadas com manguais, a lavra com o arado.
    Invoca escritores clássicos, recorre à mitologia, à etnografia, não para alardear uma erudição vaidosa, antes como forma de construir uma certa pedagogia subjacente a alguns dos textos que, de braço dado com as fotografias, além de proporcionarem um duplo prazer estético, cumprem uma missão urgente e civilizacional – a de transmitir às gerações a quem os dentes nasceram com o computador, como viveram os seus antepassados e o quanto labutaram para que os não arrancassem de uma terra onde tudo lhes foi regateado e onde aguardam pacientemente, de mãos encarquilhadas e encardidas, sem dentes com que rilhem uma maçã, uma outra terra que lhes dispensa a enxada.


M. Hercília Agarez, Julho de 2014

14 novembro 2014

POESIA REUNIDA, de Adelino Torres - Prefácio de Maria Manuela Araújo

Prefácio
Poesia Reunida (2014) é o maior conjunto poético de Adelino Torres, uma voz relevante da poesia contemporânea. Reúne toda a poesia escrita entre 2005 e 2014, seis livros publicados de poesia, e inclui Reserva de Memória (Livro VII), uma série de poemas inéditos, com dois poemas da pequenita Adèle Lambert, sua neta, que aqui se dão à estampa. A poética de Torres foi-se construindo pela força inerente à sua vivência de margem. Refractária ao gregarismo que a proscreveu, insistiu caminhar para outros centros: «Que «força nova»?»[1], pergunta, curiosamente, Manuel Ferreira. Ao revés, Alfredo Margarido e António Jacinto perceberam, de outra forma, que o carácter subversivo deste discurso poético era a razão da inactual versatilidade que ainda o caracteriza, nas memórias que guarda e nos diálogos que estabelece, com amigos, escritores, autores, em outras geografias. Poesia Reunida é um ponto de chegada no trajecto desassossegado do poeta, encontro de idas e vindas, reunião de sete livros de poesia, publicados entre 2008 e 2014, escritos poéticos que ainda se cruzam, em conversa imanente, com outros anteriores, de sua autoria. Pensando no título do Livro VI, A Caminho do Sul (2013), e fazendo a expansão da sua metáfora poética, digo que escapar a Sul, ou fora de vigilância, é falar a mesma língua das diásporas discursivas que contestam. Mas afinal, que poeta é este? O que corre de um lado para o outro e se espalha para diversos lados. E que poética? a que corre no reverso da tranquilidade dos discursos aceites.

07 novembro 2014

COMEMORAÇÕES DOS 5OO ANOS DO FORAL DE BRAGANÇA - CONVITE

  

NO ÂMBITO DAS COMEMORAÇÕES DOS 5OO ANOS DO FORAL DOADO POR D.MANUEL I À CIDADE DE BRAGANÇA, CONVIDAM-SE OS MEMBROS DA ACADEMIA DE LETRAS DE TRÁS-OS-MONTES, A ASSISTIR À APRESENTAÇÃO DO LIVRO E REPRESENTAÇÃO DA PEÇA DE TEATRO, " O INEFÁVEL FORAL D'EL REY E SENHOR D. MANUEL", A OCORRER NO MUSEU DO ABADE DE BAÇAL, DIA 11 DE NOVEMBRO, PELAS 19 HORAS.

  GRATO PELA PRESENÇA
  ANTÓNIO AFONSO

04 novembro 2014

A importância da Memória dos povos, por António Chaves

Sem memória não há passado nem futuro. Tudo se reduz ao imediatismo.
- Que importa a memória do passado, das pessoas e dos povos, se tudo isso pertence já ao domínio do inalterável?
Évariste Galois é um caso trágico mas revelador da importância da memória. Aos vinte anos, e apenas cinco depois de se dedicar em exclusivo a estudar matemática, consegue fazer frutificar uma original e ardente paixão, ao determinar a condição necessária e suficiente para que um polinómio possa ser resolvido por raízes; não só resolveu um antigo problema em aberto, como criou um domínio inteiramente novo da álgebra abstrata: a teoria dos grupos.
Por essa altura é atraído por uma dama que estava noiva. Stephanie já estava comprometida com um cidadão chamado Pescheux d’Herbinville, que descobriu a infidelidade de sua noiva. Furioso e sendo um dos melhores atiradores da França não hesitou em desafiar Galois para um duelo ao raiar do dia seguinte. Évariste conhecia a perícia de seu desafiante, com a pistola. Na noite anterior ao confronto, que acreditava ser a última oportunidade para registrar suas ideias no papel; ele escreveu cartas para os amigos explicando as circunstâncias...”eu cedi à provocação que tentei evitar por todos os meios". Um dos seus maiores temores era que sua pesquisa, rejeitada pela Academia, se perdesse para sempre. Numa tentativa desesperada de conseguir reconhecimento, ele trabalhou a noite toda, escrevendo o teorema que, acreditava, explicaria o enigma de uma equação do quinto grau. As páginas eram, na maior parte, uma transcrição das ideias que ele já enviara a Cauchy e Fourier, mas sem os detalhes explicativos da complexa álgebra explanada. Naquele turbilhão da noite foi fazendo referências ocasionais obre o seu estado de espírito e exprimindo exclamações de desespero.
 – "Eu não tenho tempo, eu não tenho tempo!" No final da noite, quando seus cálculos estavam completos, ele escreveu uma carta explicativa ao seu amigo Auguste Chevalier, pedindo que, caso morresse, aquelas páginas fossem enviadas aos grandes matemáticos da Europa.
Na manhã seguinte, Quarta-feira, 30 de maio de 1832 num campo isolado, Galois e d’Herbinville enfrentaram-se a uma distância de vinte e seis passos, armados com pistolas. D’Herbinville viera acompanhado de dois assistentes, Évariste Galois estava sozinho. Ele não contara a ninguém o seu drama. As pistolas erguidas, dispararam. D’Herbinville continuou de pé. Galois foi atingido no estômago. Ficou a agonizar no chão. Não havia nenhum cirurgião por perto e o vencedor foi embora calmamente, deixando seu oponente ferido para morrer. Algumas horas depois Alfred chegou ao local e levou seu irmão para o hospital. Era muito tarde, já ocorrera uma peritonite e no dia seguinte Galois faleceu. Antes de morrer disse para seu irmão: "- Não chore, preciso de toda a minha coragem para morrer aos vinte anos".

03 novembro 2014

NATÁLIA CORREIA, UM “FESTIVAL DE MULHER”, por Hercília Agarez

Leonel Brito e Dórdio Guimarães com "Florbela Espanca".
Rodagem do documentário realizado pelo Dórdio e
 texto de Natália Correia
“Que festival de mulher te expandes, sou já celebridade ao olhar-te”.
Dórdio Guimarães
     Poeta menor, sobretudo em confronto com os que enriqueceram a nossa literatura lírica na segunda metade do século vinte, Dórdio Leal Guimarães nasceu no Porto em 1938, quinze anos depois daquela que, vinda dos Açores ainda criança, haveria de fazê-lo esperar trinta e oito anos. Por ela se apaixonou com catorze, com ela travou conhecimento aos vinte e quatro.
    Como escreve Inês Pedrosa, “ (…) depôs-lhe nas mãos a sua vida, incluindo todas as suas múltiplas aspirações artísticas. Ela tinha o impulso criador, ele tinha o desejo de o ter”.
    Poetou-a nos livros publicados com o nome de Cynthia. Após a morte da sua deusa abandonou a escrita de que ela foi a única musa inspiradora.
    Depois de dois casamentos efémeros e de um duradouro (39 anos) Natália Correia aceitou casar com ele, curiosamente por sugestão do homem que os amigos consideram ter sido o grande amor da sua vida: Alfredo Machado. Por horror à solidão, ela que era incapaz de dormir sozinha por medo dos fantasmas. E porque, como justificou, por considerá-lo a única pessoa capaz de organizar e catalogar a sua obra. Não nutria por ele mais que um ligeiro afecto, como pode ver-se num soneto que lhe ofereceu com a dedicatória “Ao Dórdio, meu irmão”, espécie de resumo irónico de uma história de vassalagem amorosa.

O BEIJO DE ANTIKONIE

Foi no mês alumbrado dos bruxedos
 o ardente encontro. Estava eu nos trinta.
Abrasavam-te vinte chamas verdes
 e enluarado me chamaste Cynthia.

Como uma puma pelos meus vinhedos
 sedoso e hábil me laçaste a cinta
 e encantaste-me em sala de brinquedos
 da tua boca bárbara e faminta.


Mas declino e o Anjo de alabastro
 tatua-me na fronte o frio astro
 que a tormenta do sangue anestesia.

Ó trémula beleza sem apoio!
Fiz-te pássaro e mato-te no voo.
Não me culpes, amor. Foi bruxaria.

    Se Dórdio foi o homem que Natália desposou, por interesse ou comiseração, aos sessenta e sete anos, se Alfredo Machado foi o cavalheiro galante que lhe transmitiu serenidade e com ela partilhou intensa vida social e intelectual, tendo sido, além de amante (no sentido etimológico do termo), uma espécie de pai que não teve, a sua grande paixão foi um primo açoriano vinte e cinco anos mais novo – José António Correia. Viveram oito anos na mesma casa, como amantes fogosos, divertindo-se com um jogo de casamento fictício, celebrado com dispensa de testemunhas.
    Durante os dois anos em que o jovem que a amou sofregamente esteve na Guiné a cumprir o serviço militar, escreveu-lhe ela 218 cartas arrebatadoras nas quais ele surge como um misto de anjo e de objecto de gozo carnal. Atente-se no extracto de uma delas: (…) “Está-se a dar um milagre comigo; julguei que não podia amar à distância, mas afinal de contas é possível.
    Tu conseguiste esse milagre. É certo que o eco do teu amor chega-me incessantemente, estimulando o meu. Nunca deixarás de o fazer? Pois não, meu maridinho adorado, meu primeiro homem, meu Adão de arminho e pássaros. Ontem a tua voz ao telefone derramou-se no meu sangue como fogo. Oh, beijo-te, beijo-te, entrego-me à fome do teu corpo e volto a renová-la sempre mais, amor. (…) Amo-te, amo-te, violentamente, ternamente, tudo”.
    Esclarecedor quanto ao ardor passional é, também, o poema que se segue:

Para o José António

Tu és o meu regato e o meu vulcão,
 eu sou a tua pomba, a tua cobra
 e os nossos gestos são a proporção
            de um sentimento de fogo e solidão
            em que nada nos falta e nada sobra.
 A nossa estrela é estarmos condenados
 pela perfeição que os ossos nos reclama
 a morrer um no outro extasiados,
anjos gravados na pedra de uma cama.


    Quem era essa “mulher-menina, mulher fatal”, como lhe chama Clara Rocha? Diz quem a conheceu ou simplesmente a viu nos cafés, bares e ruas de Lisboa ser uma das mais bonitas da capital onde esbanjava a sua sensualidade, despertando ardentes paixões tanto em homens mais velhos como em adolescentes que a endeusavam e se lhe prostravam aos pés. Tinha, pois, uma corte de admiradores de que se vangloriava, exibindo-os, vaidosa, como troféus. Bela, exuberante, provocadora, era “uma deusa rodeada de sacerdotes ou veneradores”. Coquette mais do que o normal, segura dos seus atractivos, exercia um irreprimível poder de sedução.
    Afrontando, em jeito de desafio, os preconceitos da moral vigente, fumava por uma longa boquilha, sua imagem de marca, e exibia o seu colo desnudado, para além do limite do decoro, aos olhares concupiscentes de quantos, esperançada ou desperançadamente, a cortejavam.
    Não obstante o que fica dito, não era sem constrangimento que a poeta se apercebia de que a sua beleza física se sobrepunha aos seus dotes de mulher de cultura aos olhos da opinião pública. Paradigmático quanto a tal facto, a reacção intempestiva perante as palavras com que Mário Soares iniciou o seu discurso ao galardoá-la com a Ordem da Liberdade: “Não me diga que eu era muito bonita, já sei que só olhava para o meu corpo”.
    E, insurgindo-se contra a sua fama mítica de “predadora” de homens, escreve:

    Essa asquerosa lenda é a herança de uma mentalidade que subsiste, mentalidade essa que, valorizando o meu aspecto físico, obscureceu o meu valor intelectual.

    Acrescente-se o que o referido político registou no prefácio do livro Retrato de Natália Correia, de Ângelo Almeida e publicado pelo Círculo de Leitores:

Nesse tempo, em que a Natália começava a abrir caminho nas Letras, vinda da sua ‘Pátria Açoriana’ para se fixar numa Lisboa pacata, mas em plena ebulição, e fumava por uma enorme boquilha, com os seus ares dominadores e os seus pronunciados decotes, não era fácil perceber que estava ali uma das personalidades mais marcantes do último meio século da vida cultural portuguesa.

Bibliografia: PEDROSA, Inês, “O Amor
Louco de Natália Correia” in REVISTA
EXPRESSO nº 1298 de 13 de Setembro de
1997.