“Envelheci a amar” in No Bom
Jesus do Monte
Introdução
Na sua obra Viagens na Minha Terra, Almeida Garrett, socorrendo-se de um dito
de Yorick, bobo do rei da Dinamarca, afirma, vindo em defesa de Carlos, seu alter ego: “O coração humano é como o
estômago humano; não pode estar vazio, precisa de alimento sempre.” Assim foi
com Camilo. Revela-o, por exemplo, o testemunho de Ricardo Jorge na descrição
que faz do seu casamento com Ana Plácido:
“No sofá, aconchegados os noivos, ambos de
charuto ao canto da boca. Camilo está outro, calmo e contente, fala e graceja
como de costume nos seus bons momentos. Acaricia a mulher, dirige-lhe
requebros, chama-lhe a cada passo a Srª Viscondessa, sublinhando o título com
entono e realce.” in Como se Casou Camilo
Desenvolvimento
Qualquer estudo sobre o percurso humano de
Camilo é um quebra-cabeças. Porque ele transfere para a ficção romanesca e para
as crónicas pedaços da sua vida, porque os seus biógrafos e estudiosos nem
sempre convergem em análises de factos e respectivas datas. O que eram, no
início dos estudos camilianos, dados adquiridos, alguns talvez baseados em nem
sempre críveis fontes orais, veio, com o aumento de rigor posto na investigação
e inerente busca de documentos autênticos, a tornar-se falsidade. Refiram-se
ainda revelações inesperadas que camilianistas apaixonados e insaciáveis nos
oferecem, como é o caso do livro “Os manuscritos de Gertrudes” da autoria de
Manuel Tavares Teles. A bibliografia passiva camiliana é, por outro lado,
imensa, ao mesmo tempo que a conturbada existência do “torturado” se presta a
especulações. Saber, sobre Camilo, onde acaba a verdade e começa a lenda, é
tarefa difícil para quem se dedica ao estudo da sua biografia. Que ela dava
romance, prova-o a existência dos livros O
Romance do Romancista de Alberto Pimentel e de O Romance de Camilo de Aquilino Ribeiro.
Se dermos créditos ao que Camilo escreve,
em verso e em prosa, não aportou ele a Ribeira de Pena virgem de coração. Terá
sido enfeitiçado por donzelas da aldeia da Samardã, tão puras como águas de
riacho ou como as ervas que as suas ovelhas pasciam. Fora, pois, o campo o
cenário idílico de “devaneios infantis” entre o rapaz a entrar na puberdade e
as camponesas enredadas em tarefas agrícolas.
Elas (Luísa, Rosa, Ângela, Margarida???)
lhe terão inspirado poemas mais tarde recolhidos em Um Livro, oferecido ao grande amigo/editor/protector José Barbosa e
Silva em 1854.
Se
alguns correspondem a figuras/flirts reais, outros não passarão de criações
justificativas do cultivo de versos no género lírico para o qual, convenhamos,
Camilo não foi vocacionado. Desfaz-se em redondilhas lamechas e inflamadas, em
torrentes verborreicas de rimas pobres, como é o caso de uma composição poética
de dezasseis estrofes irregulares dedicada a uma tal Luísa:
Luísa
Luísa, flor entre as fragas,
donairosa camponesa,
toda graças e pureza,
lindo esmalte das campinas,
colhes no prado as boninas
brincas à tarde, na espalda,
onde verdeja a alameda
da viva cor da esmeralda?
Brincas, Luísa, afagando,
o que mais amas no bando,
o teu alvo cordeirinho?
[…]
Quando, à noite, o gado metes,
farto e ledo, em seu redil,
vais no coro das donzelas,
onde as não viste mais belas,
descantar cadenciosos
carmes de alma tão saudosos,
dum sabor tão infantil!...
…………………………………………………
Joaquina Pereira de França (1826-1847)
Quando,
há anos, a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, a Casa de Camilo e o
Centro de Estudos Camilianos promoveram uma exposição itinerante sobre as
mulheres de Camilo (título ambíguo), houve omissões iconográficas naturais como
a da mãe do escritor e a da freira Isabel Cândida. Também não consta nenhuma imagem
de Joaquina Pereira de França. Com base na opinião de Alberto Pimentel de que
seria ela muito parecida com a irmã Rosa, cabe-nos, através da fotografia
desta, imaginar aquela que Mário de Meneses caracteriza como uma “mocetona de
peitos empinados e tez morena”.
Na altura em que um rapazola endiabrado e à
deriva nos caminhos da vida troca a Samardã por Friúme, estamos ainda longe de
poder contar com a sua epistolografia como suporte para a análise e conhecimento
do seu quotidiano sentimental, profissional e social. Assim sendo, teremos de
cingir-nos aos biógrafos ou simples estudiosos e encontrar, em alguma ficção,
caminhos paralelos.
Em Uma
Sombra Picada das Bexigas João de Araújo Correia, para quem o autor de Anátema era o exemplo máximo do culto da
língua portuguesa, escreve:
“Se
transpusermos, no distrito de Vila Real, a serra do Alvão, caímos em Ribeira de
Pena, terra onde Camilo, dos dezasseis aos dezoito anos, viveu o equivalente a
vinte anos de vida ordinária. Pandegou, namorou, casou, estudou e intrigou. Mas
fez mais… Observou o ambiente, subiu e desceu montanhas, caçou factos vivos que
lhe serviram, durante a vida literária, como sementes de efabulações.” […]
Viveu em Friúme dois anos completos. Antes de casar, terá sido hóspede de sua
prima Maria do Loreto, consorte estapafúrdia de um tal Moreira. Depois de
casado, viveu num denegrido cardenho, hoje arruinado e desabitado.”
No seu livro O Penitente (Camilo Castelo Branco), Teixeira de Pascoaes dá-nos
conta da ida de Camilo da Samardã para Friúme. Aí exercerá a primeira
actividade – a de ajudante de tabelião. A aldeia, descreve-a assim: “Friúme é
um pequeno povo, três ou quatro fogos arrefecidos, na margem do Tâmega e perto
de Ribeira de Pena. Fica num fundo vale, onde os empinados montes circundantes
despejam torrentes de sombra, ao pôr-do-sol. E é logo a escuridão absoluta a
rever-se nas águas do Tâmega, adormecida no seu leito. E adormecidas sonham as
estrelas. E as estrelas sonhadas brilham como as verdadeiras.”
Chegado a Friúme, para onde fora impontado na
expectativa de aí aprender o significado da palavra trabalho, pensaria o
adolescente armado em sedutor conquistar as moçoilas das redondezas. Tal não
terá acontecido, segundo Ludovico de Meneses citado por Aquilino que afirma,
por tê-lo ouvido no local, fazerem elas dele “gato-sapato”, correndo-o à
pedrada e chamando-lhe, em voz bem alta, feião.
Diferente tratamento lhe terá dispensado
Joaquina Pereira, “uma destas raparigas de aldeia, meio senhoras, meio camponesas,
a quem tratam pelo diminutivo afectuoso” no dizer de Aquilino. Ela era, pois,
Quinita.
Estamos em Março de 1841. Dois jovens quase
da mesma idade apaixonam-se. Não haveria na pequena aldeia muito por onde
escolher… Ela teria a frescura aldeã de uma maçã camoesa ainda não bem madura,
mas a prometer doce sumo. Ele, galante q.b., ar citadino e bem-falante, com
incipientes trejeitos de D. Juan. Ela, filha de gente enriquecida pelo
comércio. Ele, futuro herdeiro de confortável património. Dela poderia
dizer-se, como Camilo num conto: Como ela o amava!”. Dele diremos nós: Como ele
era espertalhaço!
Seguindo
o exemplo da irmã Carolina, precipitou um casamento para poder apoderar-se da
herança deixada pelo pai, parte da qual tinha sido delapidada pelos tios.
Teixeira de Pascoaes, na obra citada,
refere que o jovem compunha redondilhas para descantes e entremeses e aos
domingos se divertia com a rapaziada a namorava Joaquina.
Esta “moça de estatura regular, alta de
peitos, morena e muito simpática” (palavras de Camilo) terá servido ao
novelista de inspiração para o esboço de figuras femininas da ruralidade como
Mariana (Amor de Perdição), Mafalda (Amor de Salvação), Teresa (Sexto dos Doze casamentos Felizes), Tomásia (Coração, Cabeça e Estômago), entre
outras, como lhe terá sido útil a familiaridade com espaços e gentes da aldeia na
delineação dos seus enredos. Não é por acaso que o próprio afirma, com parcial
acerto: “Eu não tenho imaginação, tenho memória”.
O casamento realizou-se na igreja de S.
Salvador, na sede do concelho, e dela foi feito o seguinte registo cuja
transcrição fomos encontrar em O ROMANCE
DO ROMANCISTA de Alberto
Pimentel:
“Francisco Xavier Alves, Reitor
da Freguesia do Salvador da Ribeira de Pena, arquidiocese de Braga:
“Certifico e atesto que em um livro dos
assentos de casamento desta freguesia do Salvador, concelho de Ribeira de Pena,
arquidiocese de Braga, está lavrado a fl. 43 o assento do teor seguinte: Camilo
Ferreira Botelho Castelo Branco, filho de Manuel Joaquim Castelo Branco e
Jacinta Rosa Almeida do Espírito Santo, da cidade de Lisboa, e de presente
assistente nesta freguesia do Salvador, e Joaquina Pereira, filha de Sebastião
Martins dos Santos e Maria Pereira de França, do lugar de Friúme, desta
freguesia do Salvador da Ribeira de Pena, contraíram o Sacramento do matrimónio
por seus mútuos e expressos consentimentos in
facie Ecclesiae conforme o Concílio Tridentino e Constituição do
Arcebispado com comutação de proclamas para depois de recebidos na minha
presença e das testemunhas abaixo assinadas, a dezoito de Agosto de mil
oitocentos e quarenta e um: testemunhas presentes o Padre José Maria de Sousa,
do Pontido de Aguiar e Francisco Ribeiro Moreira [casado com Maria do Loreto],
de Friúme, desta freguesia….”
De alguns aspectos singulares se reveste
este casamento, além do já referido. Os pais de Quinita acreditaram ter
encontrado para a filha um noivo rico. Contudo, foram eles que sustentaram o casal
na sua humilde casa. Também foi Martins dos Santos, o sogro, que, acalentando a
esperança de ter um genro médico, o enviou para a Granja Velha, a nove
quilómetros de Friúme, para aí ser instruído por um padre que, entre outros
conhecimentos então indispensáveis, lhe transmitiu os da língua latina. Estava,
sem que isso lhe tenha passado pela cabeça, a separar os recém-casados, uma vez
que o jovem só convivia com a mulher aos domingos e dias santos.
As ténues relações foram esfriando (caso
normal em C.), apesar do nascimento de uma filha, Rosa, nascida em 1843,
abandonada, tal como antes a mãe, entretanto substituída por Patrícia Emília,
em Vila Real. O precipitado abandono de Ribeira de Pena rumo a Lisboa terá
obedecido a duas razões de peso: fugir de ajuste de contas exigido por uma
versalhada em que o Camilo, com um jeito para a sátira já a despontar, põe a
ridículo o casamento de um morgado com criatura de nível social inferior (!) e
apoderar-se da quantia de 850$000 que lhe cabia da herança. A reacção pública à
sátira afixada na porta da igreja de S. Salvador antes da missa das onze
anunciava triste destino ao seu autor. Escreve ele no prefácio a Ao Anoitecer da Vida: “Fugi com o Magnum Lexicon debaixo do braço e com os ossos direitos que aquela
terra ingrata me queria comer.”
Se
camilo algum dia a amou, cedo se desiludiu e a sua presença se tornou
entediante. Escreve: “…as nossas almas distanciavam-se tanto quanto os corações
se identificavam. Não basta um forte e sincero afecto para nivelar igualdade de
espíritos. O ar, os modos, este complexo de nadas que denotam convívio de boa sociedade,
não os tinha, não os podia ter.”
Foi triste, em tudo, o destino da rapariga
que se apaixonou e deixou seduzir por um rapazola de lábia fácil e verso
pronto, atributos suficientes para dourar a sua figura de bexigoso. Sabia-se
traída, ali a poucos quilómetros. De visita à aldeia, a sua tia Rita não se
inibiria de levar notícias de Vila Real, indiferente ao sofrimento que iria
causar à sobrinha. À dor da traição e do abandono juntar-se-iam os maus tratos
do pai a quem as contas acabariam por sair furadas.
Foi a enterrar como indigente, sem a
presença do marido que nunca haveria de assumir este compromisso. Quando deu
entrada na cadeia da Relação do Porto, na sequência do rapto de Patrícia Emília,
apresentou-se como solteiro e em outras situações omitiu sempre o estado civil
de viúvo, apenas escarrapachado no registo do seu 2º casamento.
O médico-escritor barrosão Bento da Cruz
publicou recentemente Camilo Por Terras
de Barroso e Outros Lugares. Na primeira parte, que antecede uma antologia
de textos de camilianistas sobre a região, ao tratar do caso de Quinita assume
ser essa a mulher do novelista a que, de todas as suas mulheres, lhe merece
mais simpatia. E justifica: Quantas Joaquinas eu conheci na minha infância,
verdadeiras rosas plenas de beleza, de cor, de alegria, de vida, e que, à
entrada da puberdade, foram desfolhadas e reduzidas à miséria pela simples
razão de serem mulheres.”
Registo de casamento de Camilo
com Ana Plácido, transcrito no nº 124 do semanário Arquivo Nacional de 25 de
Março de 1934:
“Aos nove dias do mês de Março
do ano de mil oitocentos e oitenta e oito, nesta freguesia de Santo Ildefonso
da cidade e diocese do Porto […] na minha presença compareceram os nubentes
Camilo Castelo Branco, visconde de Correia Botelho e D. Ana Augusta Plácido, os
quais sei serem os próprios, com licença para recebimento na sua própria casa
por causa do estado valetudinário do nubente, dispensa de proclamas, e com os
mais papéis dos estilos correntes, e sem impedimento algum canónico ou civil
para o casamento; ele de idade de sessenta e um anos, viúvo de Joaquina Pereira França, falecida na freguesia do salvador de
Ribeira de Pena, natural da freguesia dos Mártires da cidade e diocese de
Lisboa, na qual foi baptizado e morador da freguesia de Santo Ildefonso, filho
de Manuel Correia Botelho, natural de Vila Real de Trás-os-Montes e de mãe
incógnita; e ela da idade de cinquenta anos, viúva de Manuel Pinheiro Alves.
Registo do óbito de Joaquina
(A certidão foi necessária para
que Camilo pudesse casar em segundas núpcias com Ana Plácido). Diz o documento:
[…] Certifico que em um livro
findo dos assentos de óbito desta freguesia do Salvador, Concelho de Ribeira de
pena, Arcebispado de Braga, achei o assento do teor seguinte: Joaquina, casada, do lugar de Friúme e
freguesia do Salvador de Ribeira de pena, faleceu com todos os sacramentos em
dia vinte e cinco e poi sepultada aos vinte e sete de Setembro de mil
oitocentos e quarenta e sete, foi sepultada como pobre, nada teve, e para
constar fiz este termo.
Conclusão
Todo o percurso vivencial de Camilo foi
pautado por atitudes e comportamentos que fazem oscilar a reacção de quem o
conhece: ora vituperamos o seu mau carácter, espantando-nos, por vezes, com o
seu maquiavelismo e com a sua falta de escrúpulos, ora tentamos compreendê-lo e
desculpá-lo com a infelicidade de uma infância vivida de Anás para Caifás, sem
afecto nem referências, criado um pouco ao Deus dará, entregue aos maus
instintos. Vários traumas terão justificado os desvios comportamentais de
Camilo, temperamentalmente propenso à rebeldia, à estúrdia, à instabilidade, à
irreverência e à provocação. Registado como filho de mãe incógnita, perde esta
aos dois anos de idade. Dessa perda irreparável há-de falar na sua obra,
lamentando não ter tido nunca um regaço materno onde reclinar a cabeça. Sete
anos passados, é a vez de se despedir do pai. Sem parentela em Lisboa, o
conselho de família, encarregue de decidir o futuro dos órfãos (Carolina era quatro
anos mais velha), recambia-os para Vila Real onde seriam entregues aos cuidados
da tia Rita Emília, única familiar viva e, como tal, futura administradora dos
bens dos sobrinhos que delapida descaradamente com a conivência do amante.
Mulher extravagante, gananciosa e dissoluta será recordada nas Memórias do Cárcere: “a irmã de meu pai,
decrépita e cadavérica, disse-me que era necessário ser desgraçado para não
contrariar o fado das nossas famílias.
Se aos anos que passou com a irmã em
Vilarinho da Samardã se refere como tendo sido os únicos felizes da sua mocidade,
tal não significa que tenha encontrado junto dela o afecto de que carecia, dela
dizendo que era boa para todos menos para ele.
É, pois, um adolescente mal formado, apesar
do convívio com um padre na Samardã, que assume, precoce e levianamente, um
compromisso demasiado sério para a sua idade. Em carta a Alberto Pimentel, anos
mais tarde, Camilo dirá: “este casamento foi uma infâmia”. A palavra foi bem
escolhida e poderá ser adaptada a ligações amorosas irresponsáveis e inconsequentes
cujo desenlace é o abandono do objecto do desejo, com excepção para Ana Plácido
de quem, doente e com problemas de toda a ordem, dependia a sua sobrevivência. Porque,
e citando Gondim da Fonseca em Camilo
Compreendido, “é ela que o manteve, que o segurou, que lhe serviu de
amparo, que foi a sua amiga e a sua escrava. Se porventura não se obstinasse em
guardá-lo a todo o transe ele lhe fugiria, como fugiu de todas as mulheres.”
Para
Ribeira de Pena como para Friúme não foi vã a permanência de Camilo na região
durante dois anos. Está ela na origem de visitas de estudiosos e de simples
turistas, não só à igreja de S. Salvador, mas também à aldeia onde, se não
fosse ele, talvez tivesse desaparecido a humilde habitação, sua residência de
casado, tanto tempo votada ao abandono.
Várias relações amorosas de Camilo,
consumadas ou platónicas, não levantam problemas porque bem documentadas. Se a
ligação sentimental a Fanny Owen levanta dúvidas, o mesmo não acontece com os
casos de Patrícia Emília (Vila Real), Eufrásia, Isabel Cândida, Maria
Felicidade Browne e Ana Plácido (Porto). Agustina e Aquilino falam ainda de uma
Eugénia Vizeu que, na opinião de Alexandre Cabral, não passou de uma admiradora
do seu talento. Recentemente Tavares Teles publicou Os Manuscritos de Gertrudes, onde inclui todas as cartas que essa
mulher escreveu a Camilo em 1853 e 1854 e um diário a ele destinado. Não se
tratou de uma paixão retribuída e se o escritor alimentou uma correspondência a
que ele próprio pôs fim (já amava Ana), talvez tenha sido por sentir-se
lisonjeado com tamanha dedicação.
Não interessa, para o caso, quantas foram
as vítimas imoladas no altar camiliano. Para os Ribeira-Penenses, mais
importante é ser a sua terra o primeiro espaço de um roteiro sentimental
daquele que foi considerado, no seu tempo, o maior romancista da península.
M. Hercília Agarez
Ribeira
de Pena, 14 de Setembro de 2013
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